O Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) Aconchego iniciou na segunda-feira (9), nas escolas estaduais, as apresentações de peça teatral abordando a pedofilia na Internet. A peça é encenada pelo grupo de teatro do programa Projovem e faz parte da programação em comemoração ao Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes, 18 de maio.
De acordo com a psicóloga do Creas, Lea Maria Mugnaine, a atividade é um trabalho preventivo para alertar os estudantes sobre a pedofilia na Internet. Ela destaca que os números impressionam. Cerca de mil novos sites de pedofilia são criados todos os meses no Brasil e 76% dos pedófilos na rede mundial também estão no Brasil. Eles trocam ideias e informações sobre empregos em colônias de férias para ficarem mais perto das crianças. Os perfis dos pedófilos podem ser encontrados nas salas de bate-papo e os meios mais fáceis para atingir o público são as mensagens instantâneas, e-mail e redes de relacionamento como Orkut, Facebook e outros.
O uso da Internet com a finalidade de aliciar crianças ou adolescentes para realizarem atividades sexuais, ou a aquisição, posse e divulgação para venda de material pornográfico é crime previsto em lei e a pena é de 4 a 8 anos de reclusão, além de multa.
Passeata
No próximo dia 18 de maio, às 14 horas, o Creas Aconchego promoverá passeatas com estudantes e a comunidade para alertar sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes. Os grupos sairão da Praça Pedro Kaled e da sede do Aconchego para se reunir no Parque Lacustre.
Lea destaca que a passeata tem por objetivo sensibilizar a sociedade para o problema e enfatiza que os cuidados devem começar em casa. “Os pais devem orientar os filhos para o uso da Internet e procurar saber o que ele acessa, e principalmente nas conversas de chat alertar para não darem informações pessoais. É fundamental também os pais observarem o comportamento da criança”. A psicóloga ressalta ainda que a escola precisa estar atenta, observar, alertar pais e alunos para qualquer problema e denunciar quando houver situações de risco.
De acordo com a pedagoga, Shanna Kugler, atualmente as pessoas estão denunciando mais os casos de violência contra a criança e o adolescente. “O caminho correto é informar o Conselho Tutelar que tomará as providências”.
Números
Em 2010, em Castro, foram registrados 375 casos de violência contra a criança e o adolescente. Desses, 89 referem-se à violência e exploração sexual. Os demais incluem violência psicológica, física e negligência. O Creas prestou atendimento a 1247 pessoas, incluindo as vítimas e familiares.
Os telefones para entrar em contato são: 3906-2106 e 9971-3633 (Conselho Tutelar), além do Disque 100 e Dique 181 para denunciar violência contra criança ou adolescente. Não é necessário se identificar.