terça-feira, 29 de julho de 2008

EDUCAÇÃO

Palestras abordam aprendizado e avaliação

Evento faz parte da programação pedagógica da Secretaria Municipal de Educação

Neste segundo dia (29) da programação pedagógica promovida pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte, os professores assistiram a palestras. A primeira, na Câmara Municipal com a professora Regina Shudo, de Curitiba, com o tema "Projetos Educativos".

A professora destacou que é preciso melhorar a qualidade do ensino na escola pública com foco na aprendizagem e quem pode dar essa condição ao aluno é o professor, através do estudo, de muita leitura e da formação continuada.

Regina destacou que em geral, o professor está desmotivado, não apenas pelos baixos salários, mas por um desânimo coletivo com a profissão e que é preciso buscar cada vez mais a profissionalização. "Lidamos com pessoas e sua formação e precisamos estar aptos para isso", diz.

Ela defende que a união de esforços para melhorar a educação, incluindo que os recursos do governo federal cheguem às escolas, estrutura mínima necessária nos estabelecimentos, formação continuada dos professores e gestão participativa. "Precisamos de políticas públicas que pensem no aluno. Também é necessário uma reestruturação curricular em que o conteúdo esteja relacionado com a realidade brasileira, ou seja, temos que educar para pensar", diz.

Quanto à realidade do aluno, Regina destaca que é preciso incentivar a leitura compreensiva e maior integração entre a família e a escola para que os resultados sejam melhores para o aprendizado do aluno.

A segunda palestra, no Teatro Bento Mossurunga, abordou o tema "Gestão e Avaliação: construindo caminhos para o sucesso escolar", com o professor José Francisco Soares, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Soares destacou que há uma nova idéia de avaliação, cujo resultado é o aprendizado, porque o aluno tem direito à educação e não somente ao acesso à escola. "Durante muito tempo, a idéia era de que o aluno aprenderia em conseqüência natural do acesso à escola, então houve falta de planejamento com este foco", explica.

Para ele, a criança aprende menos do que poderia porque falta ênfase no aprendizado. "Temos que aprender o que nos une e o que nos liberta. A cultura nos une e o conhecimento nos liberta. A criança precisa aprender a ler, escrever, entender o que lê, aprender a contar", ressalta.

Nesse aspecto, o professor enfatiza que é preciso refletir se a organização, a rotina, os recursos e o clima escolar estão ajudando no aprendizado. Tanto a avaliação escolar dos alunos, como a avaliação externa, da própria escola, servirão para medir os resultados. "A sociedade precisa do aprendizado e não há escola respeitada onde a criança não aprende", finaliza.

Educação Infantil

Professores da Educação Infantil assistiram no período da tarde palestra na Câmara Municipal com o tema "Avaliação na Educação Infantil", com a professora Elizandra Girardelli Godoi, de São Paulo. Ela destacou que a análise a ser feita deve ter sentido qualitativo e não quantitativo. "A avaliação deve ser construída de forma coletiva, valorizando o contexto educativo e as práticas pedagógicas", diz.

Para uma constante evolução, deve ser priorizado o registro das experiências vividas no espaço educativo e levado posteriormente às reuniões para debate da formação continuada.

Atualmente, ressalta a professora, a avaliação é feita com fichas e relatórios, de forma comparativa, que julga, classifica e exclui. O ideal, segundo ela, é que cada escola defina com a comunidade escolar os indicadores de avaliação que devem estar incluídos dentro do projeto político-pedagógico e não apenas focalizando a criança isoladamente. "É preciso levar em conta a organização dos espaços e o contexto educacional. Tudo isso deve favorecer o planejamento, a mudança e a avaliação", diz.

Como uma prática relativamente nova no Brasil, a avaliação infantil, considera a professora, é importante para dimensionar o trabalho pedagógico e para o professor conhecer a criança e suas necessidades. "É preciso conhecer a infância para melhor planejar essa fase da vida", conclui.

das assessorias