terça-feira, 13 de maio de 2008

Gestores debatem ambiente infantil e redução das desigualdades

Evento reuniu mais de 300 pessoas para discutir prioridades

O segundo e último dia do I Fórum Estadual de Educação Infantil promovido pela União dos Dirigentes Municipais de Ensino (Undime) Paraná com apoio da Prefeitura Municipal de Castro teve três palestras nesta terça-feira (13), no Teatro Bento Mossurunga.

Abordando o tema “A Gestão Pedagógica na Educação Infantil” a professora-doutora Zilma de Moraes Ramos de Oliveira falou sobre o desafio nos diferentes modos de organizar o ambiente infantil para promover o aprendizado. A idéia é criar um modelo pedagógico específico centrado em cinco fatores: espaço físico, organização das atividades no tempo, materiais, atividades propostas e interações, com o objetivo de propiciar um desenvolvimento completo incluindo a linguagem e a imaginação.

O ambiente deve levar em conta a segurança, higiene, organização, estímulos, brinquedos adequados e livros. A criança também deve ter a oportunidade de apresentar suas próprias produções e se reagrupar em pequenos grupos. “Os princípios do modelo de organização devem atender ao desenvolvimento infantil em diferentes possibilidades. O desafio é não deixar virar bagunça e nem ficar no imobilismo, mas criar um ambiente produtivo”, diz.

Para a professora, as escolas estão interessadas em investir nesses espaços. “Há ainda algumas escolas que por questões de investimentos permanecem no modelo antigo. Em Castro, o Centro Municipal de Educação Infantil Cavalinho de Pau corresponde às possibilidades voltadas para a criança”, conclui.

Desigualdades

“Educação Infantil e Desigualdades” foi a palestra ministrada pela professora-doutora Patrícia Corsino. Ela explica que a Educação Infantil é uma das maneiras para reduzir as desigualdades. “O maior número de crianças com idade entre zero e seis anos está concentrado nas classes menos favorecidas. Se essas crianças freqüentam espaços de educação, certamente farão parte de um processo de inclusão e presume-se que terão seus direitos garantidos de proteção, cultura, alimentação e saúde”, diz.

Patrícia destaca ainda que estando na educação infantil, essas crianças terão uma trajetória escolar mais bem sucedida, contribuindo também para melhorar as condições da família, já que os pais podem trabalhar enquanto a criança está na escola.

A professora explica que a educação infantil ainda não é a prioridade dos governos e, sim, o ensino fundamental. Atualmente, essa etapa da educação básica está sob a responsabilidade dos administradores municipais, que arcam com as despesas. “Já existe uma discussão no MEC sobre o papel do Estado e da União quando alguns municípios não conseguem dar conta de atender a educação infantil. E o Brasil já está consciente que a prioridade na faixa etária dos 6 aos 14 anos, que é o ensino fundamental, não é suficiente. Isso já é um avanço”, finaliza.

Avaliação

Para o presidente da União de Dirigentes Municipais de Ensino (Undime PR) e secretário municipal de Educação, Cultura e Esporte de Castro, Carlos Eduardo Sanches, o resultado do fórum é bastante positivo. “Os gestores de educação tiveram a oportunidade de debater a educação infantil sob vários aspectos, com o olhar de prioridade dessa etapa fundamental da educação básica”, finalizou.
das assessorias: